sexta-feira, 30 de abril de 2010

Importância da pós-cura em sistemas epóxi

Resinas epóxi são empregadas quando se deseja uma matriz com excelentes propriedades mecânicas em laminados onde fibras de alto desempenho, como fibras de vidro do tipo S, tecidos de aramida e fibra de carbono são empregados. No entanto uma parte importante do processo é negligenciada por muitos usuários destes materiais quando da utilização de sistemas epóxi com cura à temperatura ambiente. Resinas epóxi com essa característica são sistemas que não necessitam o emprego de calor para o seu enrijecimento. No entanto quando tais sistemas não recebem uma pós-cura, que é o emprego de calor após a cura à temperatura ambiente, as propriedades mecânicas podem se apresentar com uma defasagem de até 20% comparado ao sistema devidamente pós-curado. A pós-cura garante um aumento da quantidade de ligações cruzadas, aumentando assim o grau de reticulação do polímero termofixo. A aplicação de calor para se processar a pós-cura demanda cuidados quanto aos gradientes térmicos a que a peça será submetida. Variações bruscas de temperatura podem causar o empenamento e perda da peça. Cada sistema epóxi possui um programa de pós-cura adequado, uma vez que há muitas opções em termos de resinas e endurecedores. A Mühle Composites dispõe para isso de uma estufa própria para o processo de pós-cura, onde há o controle eletrônico de temperatura e ventilador interno para distribuição uniforme do calor.

Existem outras formas de pós-cura, e uma que se apresenta com ótimos resultados para a cura de sitemas epóxi é a cura com microondas, que reduz o tempo de processamento e consequentemente o gasto energético.

Fontes:1) Nasseh Jorge, Manual de Construção de Barcos, Booklook, Rio de Janeiro, 2000. 2)Levy Neto Flamínio, Pardini Luiz Claudio, Compósitos Estruturais: Ciência e Tecnologia, São Paulo, Edgar Blücher, 2006. 3) Nightingale C., Day R.J. Flexural and interlaminar shear strength properties of carbon fibre/epoxy composites cured thermally and with microwave radiation. Composites, Part A 33, pg. 1021-1030, 2002. 4) Sandhya Rao, RMVGK Rao. Cure studies on bifunctional epoxy matrices using a domestic microwave oven. Polymer Testing 27, pg. 645-652, 2008.

Reparo canote de selim

O canote da foto originalmente possuía castanha para fixação do selim, no entanto o proprietário realizou uma adaptação mal sucedida. A retirada da castanha e uma furação para o novo sistema de fixação obrigatoriamente pediam um reforço do tubo, vez que este não estava dimensionado para as novas cargas solicitadas. Mantendo o mesmo sistema da adaptação, um reforço interno e externo na região alterada foram realizados, utilizando fita de carbono unidirecional, tecido bi-direcional e resina epóxi com pós-cura em estufa.

Reparo quadro Sundown

Quadro Sundown MT1, teve o seat tube onde fica a braçadeira de canote quebrado. Foi feita a colagem da quebra e reforço em fibra de carbono e resina epóxi, com o aumento do diâmetro da braçadeira usada para prender o canote.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Gancheira bike de pista Diego "Boi" Martins

A Mühle Composites também se "defende" quando do uso de materiais isotrópicos. Abaixo projeto da gancheira para a bike de pista Pinarello do Boi. Não se trata de uma simples substituição e sim de um projeto para melhorar a forma de prender a roda traseira, que em bikes de pista se valem dos nossos velhos amigos "eixos com porcas", para garantir que tudo fique no devido lugar com as altas potências empregadas na modalidade. Além destas peças que serão usinadas em aço inox, far-se-á o reparo e preparação em fibra de carbono do quadro onde elas serão fixadas.

Diego no Campeonato Brasileiro de Pista 2010 - RJ

Peças usinadas em aço inox (gancheiras em duas metades e arruelas com travas).

Gancheira colocada no quadro.