quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Lixar quadros de carbono?! Vale a pena?

Acompanhando o fórum de discussão sobre peças leves para bicicletas (http://www.weightweenies.com.br/blog/), de tempos em tempos aparece algum entusiasta de peças de baixo peso pedindo informação de como proceder para tirar o verniz e/ou a tinta para deixar uma peça ou o quadro todo no "carbonão", com o intuito de aliviar algumas gramas de peso (na verdade de massa!). Não são poucos os forenses que estimulam a pessoa que indagou a "meter lixa d'água" e exterminar com um punhado de gramas que estão "a mais", atrapalhando o alcance da meta de uma bike com menos de "x" Kg!
A princípio deixar uma peça laminada em fibra de carbono com matriz epóxi exposta às intempéries, não apresenta nenhum problema aparente em um curto espaço de tempo. Dependendo da peça e do quão solicitada mecanicamente ela é, talvez durante todo o seu ciclo de vida ela não venha a falhar. A questão é que a pintura ou verniz aplicado sobre uma peça de material composto tem mais do que uma justificativa estética. Ela protege a peça da radiação UV e diminui ou evita a absorção de umidade pela resina epóxi.
Segundo Neto e Pardini (2006), as resinas epóxi dilatam-se e contraem-se, não só quando há variações de temperatura, mas também quando absorvem ou perdem umidade. Este efeito pode tanto; vir a degradar as propriedades físicas, químicas e mecânicas da matriz, podendo por exemplo, diminuir a temperatura de transição vítrea, a resistência e a rigidez da mesma; bem como provocar tensões residuais e/ou deformações.
Trocando em miúdos e trazendo para uma linguagem simples de entender. Peças laminadas são um empilhamento de tecidos (de carbono, ou de vidro, ou de aramida) colados uns nos outros pela resina epóxi. No momento em que essa cola perde suas propriedades, podemos prever que os tecidos hão de se separar, fazendo com que a peça entre em colapso.... e você quebre seus dentes!!
Podem estar certos de que no momento em que a indústria arrumar uma forma de não mais precisar pintar ou envernizar peças laminadas, eles o farão. Afinal há uma busca incessante de se entregar um mesmo produto ao menor custo de fabricação possível. A espessura da camada de verniz aplicada em peças de carbono por vezes me surpreende pela robustez.
Mesmo assim, caso essas "firulas científicas" não lhe façam refletir um pouco mais sobre a suposta vantagem de retirar a camada protetiva do seu quadro para eliminar algumas gramas.....passo duas ótimas recomendações ao pedalar no seu quadro hiper-mega lixado!!
Primeira, o telefone do SAMU é 192, segunda, você deveria comprar uma daquelas pulserinhas que aumentam o equilíbrio, talvez você consiga alçar vôo no momento que ouvir aquele "crek" vindo do quadro!!!

Reparos diversos

Alguns dos reparos realizados nos últimos tempos!

Trinca em deck selim Saevid.




Canote Schmolke avariado no furo do pino passante.

Diminuição do diâmetro interno com fibra de carbono e resina epóxi.


Aro Aerotech trincado no furo da válvula da câmara.
Aro de carbono p/ MTB DT Swiss. Proprietário abusou da pressão, que não deveria exceder 43 lbs.
Aumento do seat tube de uma Scott Plasma. Lembrete: sempre que cortar o seat tube para adequar o tamanho do quadro, guarde o pedaço tirado. Talvez você perca uma venda posterior do quadro por ficar curto no possível novo proprietário!




Falta de atualizações

Nos últimos meses o blog ficou meio de lado, tal fato justifica-se pela intensificação dos treinamentos para participação do Campeonato Brasileiro de Remo que ocorreu em Setembro de 2010 e na seqüência do Campeonato Sul Americano de Remo realizado em Concepción - Chile em Novembro de 2010, onde em ambos a guarnição na qual estava presente (barco oito-com) logrou a primeira posição.
Guarnição mista oito-com Campeã do Brasileiro de 2010 - Rio de Janeiro


Chegada da prova oito-com no Sul Americano em Concepción, primeira posição a frente de Argentina e Chile, Novembro de 2010